Atividade de pontuação
1ª etapa
Proponha
a leitura do poema Ouvir Estrelas, de Olavo Bilac.
Ouvir estrelas
Ora, (direis) ouvir estrelas!
Certo perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com ela? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."
Ouvir estrelas
Ora, (direis) ouvir estrelas!
Certo perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com ela? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."
Provoque
uma discussão entre os alunos sobre a pontuação usada pelo poeta e seus efeitos
nos versos. Pergunte, por exemplo, que elementos do poema indicam que se trata
de um diálogo e qual a diferença de ponto de vista entre o poeta e seu
interlocutor.
Peça que expliquem qual a importância dos parênteses no primeiro verso.
O que sugere o uso das reticências no verso "E abro as janelas, pálido de espanto...?” Qual a condição indicada pelo poeta para poder ouvir as estrelas e que sinal de pontuação nos sugere essa percepção ou sensação? Dessa forma, perceberão a importância da pontuação estilística, ou seja, utilizada para sugerir uma emoção, uma sensação, um sentimento.
2ª etapa
Peça que expliquem qual a importância dos parênteses no primeiro verso.
O que sugere o uso das reticências no verso "E abro as janelas, pálido de espanto...?” Qual a condição indicada pelo poeta para poder ouvir as estrelas e que sinal de pontuação nos sugere essa percepção ou sensação? Dessa forma, perceberão a importância da pontuação estilística, ou seja, utilizada para sugerir uma emoção, uma sensação, um sentimento.
2ª etapa
Trabalhe
com outros textos literários nos quais se encontrem efeitos da pontuação
estilística. Podem ser apresentados em fichas, ou lidos em antologias, ou pesquisados
na internet e selecionados pelos próprios alunos etc. (o capítulo Velho diálogo
de Adão e Eva, em Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, é um
bom exemplo para isso). A ausência de pontuação, em grande parte dos poemas,
também é um recurso estilístico, pois muitas vezes a própria disposição dos
versos sugere pausas, expressividade.
3ª etapa
3ª etapa
Trabalhe
com a turma reunida em grupos propondo que realizem a próxima atividade visando
a garantir que as mensagens se tornem claras e objetivas, pelo uso da pontuação
adequada.
Leia o
texto
A herança
A herança
Um homem
rico estando muito mal de saúde, pediu que lhe trouxessem papel e tinta.
Escreveu o seguinte:
Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do
padeiro nada dou aos pobres .
Deu o último suspiro antes de ter podido fazer a pontuação. A quem, afinal, deixava sua fortuna?
Eram apenas quatro os citados.
No dia seguinte, ao receberem o papel, cada um dos citados deu ao texto a pontuação e a interpretação que lhe favorecia.
Reescreva o texto pontuando da mesma forma que eles.
O sobrinho fez a seguinte pontuação:
A irmã chegou em seguida e o pontuou assim:
O padeiro pediu cópia do original e o deixou dessa forma:
A notícia se espalhou pelas redondezas e um sabido homem representando os pobres deixou o texto desse jeito:
Escreveu o seguinte:
Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do
padeiro nada dou aos pobres .
Deu o último suspiro antes de ter podido fazer a pontuação. A quem, afinal, deixava sua fortuna?
Eram apenas quatro os citados.
No dia seguinte, ao receberem o papel, cada um dos citados deu ao texto a pontuação e a interpretação que lhe favorecia.
Reescreva o texto pontuando da mesma forma que eles.
O sobrinho fez a seguinte pontuação:
A irmã chegou em seguida e o pontuou assim:
O padeiro pediu cópia do original e o deixou dessa forma:
A notícia se espalhou pelas redondezas e um sabido homem representando os pobres deixou o texto desse jeito:
Após a
realização da atividade, discuta com os alunos o uso das vírgulas, do ponto
final, do ponto-e-vírgula e de outros sinais que tenham usado para concluir as
mensagens.
Registre as conclusões a respeito do uso desses sinais de pontuação. Depois de fazer isso, as convenções sobre o uso da pontuação ganharão significado, posto que realizadas dentro de um contexto e em verdadeira situação de uso.
4ª etapa
Registre as conclusões a respeito do uso desses sinais de pontuação. Depois de fazer isso, as convenções sobre o uso da pontuação ganharão significado, posto que realizadas dentro de um contexto e em verdadeira situação de uso.
4ª etapa
Leia um
texto em prosa (um artigo de jornal ou um parágrafo, relativamente extenso) sem
fazer pontuação alguma. Peça que relatem o que entenderam do que foi lido por
você. O entendimento, seguramente, estará prejudicado. Esse exercício oral visa
estimular a tomada de consciência dos alunos quanto à necessidade da utilização
dos sinais de pontuação para compreensão dos enunciados. Em seguida, distribua
o texto a eles para que façam a necessária pontuação. Depois é preciso que
leiam em voz alta para comparar e sentir a diferença entre as duas formas de
enunciação.
Pode ser feito o mesmo tipo de exercício com enunciados com interlocução para que pratiquem a pontuação do diálogo, em todas as suas variantes (com travessão no início das falas, depois das falas sem travessão, entre outras).
5ª etapa
Pode ser feito o mesmo tipo de exercício com enunciados com interlocução para que pratiquem a pontuação do diálogo, em todas as suas variantes (com travessão no início das falas, depois das falas sem travessão, entre outras).
5ª etapa
Use um
trecho qualquer da obra Todos os Nomes, de José Saramago, onde se
encontra uma pontuação completamente diferente da empregada como norma em
português. É uma boa oportunidade para reflexão sobre a relação entre a
prescrição da gramática normativa e a transgressão dessas regras para efeito
estilístico, portanto, inovador.
6ª etapa
6ª etapa
Aproveite
para lhes ensinar o que é pontuação aberta e pontuação fechada.
Muitas vezes omite-se a pontuação, optando-se pela pontuação aberta. A utilização de recursos como disposição espacial dos elementos e das frases, a utilização das linhas, cores e marcadores, os espaços em branco etc., permitem identificar as partes do texto, sem necessidade de pontuar, tornando, assim, o texto mais leve.
A pontuação aberta é adotada especialmente nos seguintes casos:
- nas manchetes e títulos da imprensa;
- em títulos de artigos, ensaios, redações;
- em partes de correspondências, especialmente comerciais datas, endereçamento, vocativo, assinatura;
- na listagem de itens e outras partes de textos publicitários;
- na listagem de itens em textos jornalísticos, técnicos.
7ª etapa
Muitas vezes omite-se a pontuação, optando-se pela pontuação aberta. A utilização de recursos como disposição espacial dos elementos e das frases, a utilização das linhas, cores e marcadores, os espaços em branco etc., permitem identificar as partes do texto, sem necessidade de pontuar, tornando, assim, o texto mais leve.
A pontuação aberta é adotada especialmente nos seguintes casos:
- nas manchetes e títulos da imprensa;
- em títulos de artigos, ensaios, redações;
- em partes de correspondências, especialmente comerciais datas, endereçamento, vocativo, assinatura;
- na listagem de itens e outras partes de textos publicitários;
- na listagem de itens em textos jornalísticos, técnicos.
7ª etapa
Nesse
estágio, o professor poderá propor exercícios que sistematizem o emprego da
pontuação. Deve utilizar textos completos (períodos e parágrafos, e não frases
isoladas). É preciso que as atividades tenham significado, estejam em um
contexto para serem realizadas. Uma boa estratégia é trabalhar com as próprias
produções dos alunos, coletivamente, em situações de reescrita, e não apenas de
correção, para que percebam como escrever os mesmos textos com uma pontuação
diferente da original.
Outra atividade interessante é pedir que os alunos ditem, uns para os outros, pequenas narrativas com diálogos (anedotas, conversas telefônicas, conversas de MSN) e as pontuem. Depois devem discutir a pontuação usada, se normativa, se estilística etc.
Avaliação
A avaliação se dará coletivamente, em todos os momentos em que os alunos estiverem participando das discussões sobre pontuação e realizando exercícios, e individualmente, quando estiverem empregando a pontuação em produções escritas, de maneira prescritiva apenas ou de forma criativa para obter efeitos estilísticos.
Outra atividade interessante é pedir que os alunos ditem, uns para os outros, pequenas narrativas com diálogos (anedotas, conversas telefônicas, conversas de MSN) e as pontuem. Depois devem discutir a pontuação usada, se normativa, se estilística etc.
Avaliação
A avaliação se dará coletivamente, em todos os momentos em que os alunos estiverem participando das discussões sobre pontuação e realizando exercícios, e individualmente, quando estiverem empregando a pontuação em produções escritas, de maneira prescritiva apenas ou de forma criativa para obter efeitos estilísticos.
Quer
saber mais?
BIBLIOGRAFIA
BILAC, Olavo, In: Antologia dos Poetas Parnasianos, Manuel Bandeira, Rio de
Janeiro, Edições de Ouro, 1968. p.195
ASSIS, Machado: Memórias Póstumas de Brás Cubas, São Paulo, Moderna, 1983.
SARAMAGO, José: Todos os Nomes, São Paulo- Companhia das Letras-1997
BASTOS, Lúcia K. e Maria A. de Mattos: A Produção Escrita e a Gramática,São Paulo, Martins Fontes, 1990
MOURA & Faraco: Gramática- São Paulo-Ática, 1999
GERALDI, João Wanderley e Beatriz Citelli: Aprender e ensinar com textos de alunos, S. Paulo, Cortez, 1997
BILAC, Olavo, In: Antologia dos Poetas Parnasianos, Manuel Bandeira, Rio de
Janeiro, Edições de Ouro, 1968. p.195
ASSIS, Machado: Memórias Póstumas de Brás Cubas, São Paulo, Moderna, 1983.
SARAMAGO, José: Todos os Nomes, São Paulo- Companhia das Letras-1997
BASTOS, Lúcia K. e Maria A. de Mattos: A Produção Escrita e a Gramática,São Paulo, Martins Fontes, 1990
MOURA & Faraco: Gramática- São Paulo-Ática, 1999
GERALDI, João Wanderley e Beatriz Citelli: Aprender e ensinar com textos de alunos, S. Paulo, Cortez, 1997
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